“A Sanepar tem feito contínuos patrocínios, como foi recentemente publicado pela Gazeta do Povo (01/04/2016), narrando o pagamento de R$ 150 mil para o Campeonato Paranaense incluir a marca Sanepar. Segundo o diretor administrativo da estatal, Luciano Machado, “… é fator de desenvolvimento humano”. Então dar aos empregados boas condições de trabalho, remuneração com ganho real e reconhecimento não é desenvolvimento humano? Investir com qualidade nas obras, nos serviços para ofertar dignamente o acesso à água e tratamento de esgoto não é desenvolvimento humano? A Sanepar é majoritária nos serviços de água no Estado, não precisa de patrocínio.
No atual governo do Paraná, a Sanepar acumulou 449% de lucro, subiu a tarifa de água e esgoto em 106%, aumentou os valores dos serviços e alguns, só no ano de 2015, tiveram um salto de mais de 400%. Agora gastará menos com a redução do valor da energia, ou seja, mais lucro.
Propagou dificuldades junto aos trabalhadores, racionou produtos e materiais. Contradição? E a carência de veículos, ferramentas, mobílias, equipamentos? Ainda há locais trabalhando manualmente, sem computador, prédio deteriorado, trabalhador trafegando longas distâncias de motocicleta, com condições inseguras de trabalho. O trabalhador quando leva ferramentas para manutenção em água, ficam as de esgoto. Alguns exemplos são os sistemas de Farol, Alto Paraíso e Maria Helena.
Obras finalizadas que funcionam com gambiarra (tem trabalhador com apelido de “Zé Gambiarra”, pois sempre dá um jeitinho para funcionar obra mal feita), passagem de atividades de empreiteiras para saneparianos sendo atividade meio, sem descrição na função do concurso. Atividades fins sendo terceirizadas.
A esperança da contratação de novos concursados nas vacâncias que surgiram na empresa vai se reduzindo quando o interesse da Diretoria é por mais Cargos Estratégicos (cabos eleitorais).
Numa ignorância de gestão, freiam a possibilidade de desenvolvimento profissional – dificultando o desempenho de outras atividades; acesso a cursos, como exemplo, aos leituristas de 2008, numa contínua patologia. Não bastasse, a desmotivação ocorre quando se vê exceção para alguém do reduto político. As inaugurações na Sanepar com a presença do presidente, Mounir Chaowiche, acabam em festa, em uma constante campanha política. Forjam uma agenda de cursos para o representante dos trabalhadores no CAD, Sr. Micha, que circula o Estado, também finalizando com festa e recados políticos.
Não podemos fechar os olhos para os companheiros terceirizados. Encontramos trabalhadores na ETE Umuarama trabalhando em péssimas condições, sem sequer marcar ponto e receber comprovante de pagamento. Levado ao gerente, Eduardo, que se não der solução junto à empreiteira C. R. Martinez, nos restará o Ministério Público do Trabalho.
O INPC em março foi de 11,08%, a cesta básica de 16% e o salário inicial da carreira (nível médio) de R$ 1.293 bruto. Ainda, na prática, há discriminação. Alguns trabalhadores, quando viajam, recebem o defasado valor da refeição de R$ 25. Outros ficam amarrados ao comparativo. Segundo o Dieese, temos acumulado 16% de perdas salariais. O Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) virou uma vergonha, um verdadeiro faz de conta.
Na Câmara Federal estão tramitando 55 projetos de lei altamente prejudiciais à Classe Trabalhadora do campo e da cidade. Defender a Democracia neste momento é crucial e na sequência continuar a luta para barrar esta avalanche tenebrosa de projetos que piorará também o cenário para os trabalhadores na Sanepar.
O lucro da Sanepar foi crescente e o ACT está em andamento. Vamos aceitar qualquer coisa? Esperamos que as trabalhadoras e os trabalhadores saibam dar respostas.”
Diretoria Sindaen
