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Assédio no trabalho: na Caixa virou notícia e na Sanepar?

Na última semana, foi noticiado nos maiores veículos do país os casos de assédio moral e sexual do então presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Um grupo de trabalhadoras do banco se juntou e apresentou diversas denúncias de abuso sexual contra Guimarães. O Ministério Público Federal (MPF) já abriu uma investigação sigilosa para apurar relatos de abordagens inapropriadas do presidente do banco feito por cinco mulheres. Com as denúncias vindo a público, também apareceram casos mais antigos de assédio moral praticados por ele.

Defensor das privatizações desde sua nomeação como presidente da Caixa, Guimarães é um auxiliar muito próximo do presidente da República, Jair Bolsonaro. Tanto que o acompanha em grandes eventos pelo país afora. Além disso, costuma falar como autoridade governamental em suas incursões em eventos públicos.

Em uma confraternização de final de ano, chegou a constranger gerentes e lideranças da instituição a fazerem flexões comandados por um general. E ainda a darem cambalhotas acompanhados por uma ginasta profissional. Acionado por entidades sindicais, Guimarães foi notificado pelo Ministério Público do Trabalho por submeter os empregados a situações de constrangimento.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e a cúpula da Caixa Econômica Federal sabiam das denúncias de assédio sexual contra o presidente da instituição, Pedro Guimarães, assim como o comando da instituição. No dia seguinte das denúncias virarem notícia, Pedro Guimarães entregou a carta de demissão a Bolsonaro.

E na Sanepar?

O Sindaen recebeu nos últimos anos muitos relatos de trabalhadores e trabalhadoras da Sanepar de situações em que sofreram assédio moral por parte dos seus superiores. Os relatos não viraram notícia e até mesmo não se tornaram denúncias oficiais por conta do medo dos trabalhadores de sofrerem perseguições dentro do local de trabalho.

Ainda assim, é muito importante saber identificar se você está sofrendo assédio e saber que é possível contar com o seu sindicato e com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) para qualquer denúncia a respeito disso.

Assédio moral é toda e qualquer conduta que caracteriza comportamento abusivo, freqüente e intencional, através de atitudes, gestos, palavras ou escritos que possam ferir a integridade física ou psíquica de uma pessoa, vindo a pôr em risco o seu emprego ou degradando o seu ambiente de trabalho.

Condutas mais comuns que caracterizam o assédio moral:

– dar instruções confusas e imprecisas ao trabalhador;
– bloquear o andamento do trabalho alheio;
– atribuir erros imaginários ao trabalhador;
– pedir, sem necessidade, trabalhos urgentes ou sobrecarga de tarefas;
– ignorar a presença do trabalhador na frente dos outros;
– fazer críticas e brincadeiras de mau gosto ao trabalhador em público;
– impor-lhe horários injustificados;
– insinuar boatos;
– forçá-lo a pedir demissão ou transferência;
– pedir execução de tarefas sem interesse;
– não atribuir tarefas;
– retirar-lhe instrumentos de trabalho;
– assediar a vitima somente quando eles estão a sós;
– proibir colegas de falar com ele.

Quem agride:

– um superior;
– um colega de trabalho de mesma hierarquia.

Conseqüências do assédio moral para a empresa:

– queda de produtividade;
– alteração da qualidade do serviço e do produto;
– doenças profissionais, acidentes de trabalho e danos ao equipamento;
– troca constante de empregados;
– aumento nas ações trabalhista por danos morais.

Conseqüências para o assediado:

– perda de motivação, criatividade, capacidade de liderança;
– aumento da ansiedade, insegurança, depressão, entre outras doenças;
– aumento das doenças profissionais e acidentes de trabalho;
– dificuldade de se manter empregado.

O que a vítima deve fazer:

– resistir: anotar com detalhes todas as humilhações sofridas;
– dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que:
– testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor;
– organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa;
– evitar conversar com o agressor, sem testemunhas;
– exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao Departamento de Pessoal ou Recursos Humanos e da eventual resposta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo;
– procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instâncias;
– recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo;
– buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania.

Fontes: https://www.cut.org.br/noticias/em-161-anos-de-existencia-empregados-e-caixa-nunca-foram-tao-atacados-e-humilhad-0d86

https://www.cut.org.br/noticias/bolsonaro-e-cupula-da-caixa-sabiam-dos-assedios-de-pedro-guimaraes-fc05

Procuradoria Regional do Trabalho da 12ª Região. Cartilha: assédio moral no local de trabalho (impressa)

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