Nós mulheres queremos a garantia da aposentadoria, dos direitos individuais, sociais e constitucionais. Por isso dizemos NÃO à terceirização, às reformas trabalhista e da previdência, à redução do investimento na educação e à privatização das estatais.

“Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida!

Simone de Beauvoir

“Nem a terra nem as mulheres são territórios de conquista”

A opressão da mulher se dá em sua raiz na questão reprodutiva, o sistema de gênero é a hierarquia que sustenta a divisão sexual do trabalho.
Temos então o patriarcado e o sistema econômico que se interagem de uma forma bem azeitadinha e ao mesmo tempo que se retroalimentam em uma simbiose perfeita para a sustentação e exploração das castas sexuais, castas raciais e classes econômicas que estão abaixo da hierarquia determinada pelos sujeitos de uma sociedade, homens brancos são os que detém o poder econômico, a voz e a maioria política.
Existem diversos fatos históricos, para citar alguns exemplos:

A caça as bruxas:  As instituições de ensino pertenciam a Igreja e mulheres eram proibidas de estudar. Proibiram o exercício da medicina por quem não era formado nas instituições deles. Foi assim que começaram a perseguição as mulheres acusando-as de bruxaria. Foi o maior roubo de protagonismo e propriedade intelectual promovido contra um gênero inteiro, todo o conhecimento dos remédios, das ervas, manuais sobre funcionamento da mente e do corpo, a natureza e a influencia da lua nas marés, na agricultura, no corpo humano, etc etc tudo foi apropriado pela igreja. Literalmente riscaram o nome das mulheres e colocaram nomes de homens em cima.

Histerectomia: Mulheres insubmissas e que não queriam viver dentro do estereótipo do que era aceitável e virtuoso em uma mulher, eram consideradas histéricas e tinham seus úteros arrancados em uma pratica chamada “histerectomia” até bem pouco tempo atrás no dito mundo civilizado, existem relatos de que isso continua acontecendo em diversas partes do mundo até hoje. No século 19, mulheres tinham seus ovários arrancados para o controle de sua libido e já se sabe que a pílula anticoncepcional extermina a libido além de alterar a estrutura cerebral e não é por acaso ou apenas um efeito colateral desagradável, é agenda mesmo.

Mutilação genital feminina: Na atualidade ainda persistem as mutilações genitais femininas na África e desde 2015 grupos jihadistas decretaram que isso seja feito também no Iraque, em 4 milhões de mulheres.
A tentativa de controle da mulher é real e persiste até os dias de hoje, através de sua “natureza” e cérebro (dito inferior), de sua biologia propagada como sendo frágil, vulnerável e não confiável (por muito tempo a questão da “instabilidade hormonal feminina” era uma justificativa política para não permitirem direito a voto as mulheres); justificando com isso a colonização e controle constante dos nossos corpos. No Brasil, até 1981, mulheres eram impedidas de praticar esportes, principalmente o futebol, sob a justificativa de que a pratica não era condizente com a função de mães e futuras mães. 
E como podem as mulheres até hoje engolirem tudo isto como sendo algo inevitável? Simples, por meio de nossa socialização e construção social dos gêneros inventados e moldados de acordo com patrões patriarcais, que nos trata como casta sexual oprimida e hierarquicamente inferiores, categorizadas como mulheres e que nos exploram até hoje com a ajuda, agora, do capitalismo.

Brasil 2018: As mulheres são as maiores vítimas do desemprego, dos baixos salários, do acúmulo de funções e da dupla jornada, as mulheres brasileiras estão em luta contra os retrocessos em curso com a terceirização, as reformas trabalhista e previdenciária, o processo de privatização das estatais, etc.

Ser mulher em toda a sua materialidade, em um mundo que procura sempre nos destruir e nos controlar, é um ato político!

O oito de março representa as lutas e resistências das mulheres contra um sistema opressor, conservador e patriarcal. É dia de celebrar, de lutar e se fazer ouvida. E a filiação à entidade sindical é uma forma da busca de do fortalecimento e igualdade social das mulheres!

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DA MULHER: